TORNEAMENTO
CONCEITO
O
torneamento é a operação por intermédio da qual um sólido indefinido é feito
girar ao redor do eixo da máquina operatriz que executa o trabalho de
usinagem (o torno) ao mesmo tempo em que uma ferramenta de corte lhe
retira material perifericamente, de modo a transformá-lo numa peça bem
definida, tanto em relação à forma como às dimensões.
Principais partes de um torno paralelo ou
universal
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No
torneamento, a matéria prima (tarugo) tem inicialmente a forma cilíndrica. A
forma final é cônica ou cilíndrica. Na operação de corte a ferramenta
executa movimento de translação, enquanto a peça gira em torno de seu
próprio eixo.
Evolução
Histórica I
O torno desde antigamente vem sendo usado como
meio de fabricar rodas, partes de bombas de água, cadeiras, mesas, e utensílios
domésticos. Sabe-se que antigas civilizações, a exemplo dos egípcios, assírios
e romanos, já utilizavam antigos tornos como um meio fácil de fazer objetos
com formas redondas.
Os Tornos
de Vara foram muito utilizados durante a idade média e continuaram a ser
utilizados até o século 19 por alguns artesões. Nesse sistema de torno a peça a
ser trabalhada era amarrada com uma corda presa numa vara sobre a cabeça do
artesão e sua outra extremidade era amarrada a um pedal. O pedal quando
pressionado puxava a corda fazendo a peça girar, a vara por sua vez fazia o
retorno. Por ser fácil de montar esse tipo de torno permitia que os artesões se
deslocassem facilmente para lugares onde houvesse a matéria prima necessária
para eles trabalharem.
A
necessidade por uma velocidade contínua de rotação fez com que fossem criados
os Tornos de Fuso. Esses tornos necessitavam de duas pessoas para serem
utilizados (mais, dependendo do tamanho do fuso), enquanto um servo girava a
roda o artesão utilizava suas ferramentas para dar forma ao material. Esse
torno permitia que objetos maiores e com materiais mais duros fossem
trabalhados.
Com a
invenção da máquina a vapor por James Watt, os meios de produção como
teares e afins foram adaptados à nova realidade. O também inglês Henry Moudslay
adaptou a nova máquina a um torno criando o primeiro torno a vapor.
Isso deu
condições para que Whitworth em 1864 mantivesse uma fábrica com 700
funcionários e 600 máquinas ferramenta. Moudslay e Whitworth ainda foram
responsáveis por várias outras mudanças nos tornos da época, como o suporte
para ferramenta e o avanço transversal.
Evolução
Histórica II
1906: Torno já tem
incorporadas todas as modificações feitas por Moudsley e Whitworth. A correia
motriz é movimentada por um conjunto de polias de diferentes diâmetros, o que
possibilitava uma variada gama de velocidades de rotação. Sua propulsão era
obtida através de um eixo acionado por um motor, o que fixava a máquina a um
local específico.
1925: Torno Paralelo. O
problema de ter de fixar o torno é resolvido pela substituição do mesmo por um
motor elétrico nos pés da máquina. A variação de velocidades vinha de uma caixa
de engrenagem e desengates foram postos nas sapatas para simplificar alcances
de rotação longos e repetitivos. Apesar de apresentar dificuldades para o
trabalho em série devido a seu sistema de troca de ferramentas é o mais usado
atualmente
1960: Torno Automático. Para
satisfazer a exigência de grande rigidez criou-se uma estrutura completamente
fechada. A máquina é equipada com um engate copiador que transmite o tipo de
trabalho do gabarito através de uma agulha.
1978: Torno CNC. Apesar de não
apresentar nenhuma grande mudança na sua mecânica, o torno de CNC como é
chamado substituiu os mecanismos usados para mover o cursor por
microprocessadores. O uso de um painel permite que vários movimentos sejam
programados e armazenados permitindo a rápida troca de programa.
Evolução
Histórica III –
Ferramentas de Corte
As
ferramentas para torneamento sofreram um processo evolutivo ao longo do tempo.
A demanda da produção, cada vez mais acelerada forçou a procura por ferramentas
mais duráveis e eficientes. Dos cinzéis utilizados nas operações manuais
até as pastilhas cerâmicas de alta resistência.
Os
primeiros passos de pesquisa passaram pela procura das melhores geometrias
para a operação de corte. A etapa seguinte dedicou-se à busca de materiais
de melhores características de resistência e durabilidade. Finalmente
passou-se a combinar materiais em novos modelos construtivos sincronizando
as necessidades de desempenho, custos e redução dos tempos de parada no
processo produtivo. Como resultado desta evolução consagrou-se o uso de ferramentas
compostas, onde o elemento de corte é uma pastilha montada sobre uma base.
TIPOS DE
TORNOS
Torno horizontal
Torno vertical
Usado
principalmente para peças muito pesadas que não poderiam ser fixadas em um
torno horizontal.
Torno faces
Usado
principalmente para peças grandes e de pouca espessura.
PARÂMETROS
GEOMÉTRICOS
Principais
movimentos:
1 –
Rotação da peça – CORTE
2 –
Translação da ferramenta – AVANÇO
3 – Transversal da ferramenta
– PROFUNDIDADE
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Os
Parâmetros de Corte
Para
compreendermos melhor a interação entre a peça e a ferramenta precisamos
entender os movimentos relativos entre elas. Esses movimentos são referidos a
peça, considerando-a parada.
- Movimento de Corte – 1: é o movimento
entra a ferramenta e a peça, que, sem o movimento de avanço gera apenas
uma remoção de cavaco durante um curso.
- Movimento de Avanço – 2: é o movimento
entre a peça e a ferramenta, que, junto com o movimento de corte, gera um
levantamento repetido ou contínuo de cavaco durante vários cursos ou
voltas.
- Movimento Efetivo de Corte: é o resultado dos
movimentos de corte e avanço realizados de maneira simultânea.
- Movimento de Profundidade – 3: é o movimento
entre a peça e a ferramenta no qual a espessura da camada de material a
ser retirada é determinada de antemão.
As
principais operações executáveis através de torneamento são:
Torneamento
externo
Faceamento
Sangramento
Rosqueamento
Recartilhamento
FERRAMENTAS
DE CORTE
Características
A
principal característica que uma ferramenta de corte deve apresentar é a dureza
a quente. Para trabalhar metais, os principais materiais usados são os aços
especiais, o aço rápido (HSS) e o metal duro (numa escala
crescente de dureza). Entretanto a maior dureza do metal duro é obtida em
detrimento de sua tenacidade, resistindo menos a eventuais choques com a
peça usinada.
Parâmetros
geométricos – Ângulos da ferramenta de corte
G -
Angulo de Saída: tem
influência direta sobre a direção do plano de cisalhamento. Quando o ângulo
de saída diminui, aumenta o comprimento do plano do plano de
cisalhamento, aumentando o esforço cisalhante e a potencia necessária ao
corte.
B -
Angulo de Cunha: depende
do tipo de material, da peça, da ferramenta e do tipo de serviço. Para
materiais de grande resistência ou serviços de desbaste aumenta-se o ângulo de
cunha, facilitando dessa forma a dissipação de calor gerado no corte.
A -
Angulo de Folga: depende
do material a ser usinado. É menor para os materiais duros e frágeis e, maior
para os materiais dúcteis.
VELOCIDADE
DE CORTE
A
velocidade de corte no torno é a que têm um ponto da superfície que se corta
quando esta gira. Mede-se em metros por minuto e o valor correto se consegue
fazendo com que o torno gire nas rotações adequadas.
A
velocidade de corte depende, entre outros, dos seguintes fatores:
- Material a tornear.
- Diâmetro desse material.
- Material da ferramenta.
- Operação a ser executada.
Conhecidos
esses fatores, tabelas como a do exemplo abaixo permitem determinar a
velocidade de corte para cada caso. Com isso pode-se encontrar a velocidade de
rotação adequada.