quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fluidos de corte

FLUIDOS DE CORTE    


A busca por valores maiores de vc sempre foi almejado em virtude de uma maior produção de peças, e isso foi possível devido ao surgimento de novos materiais de corte (metal duro, cerâmicas, ultra-duros “PCB” e “PCD”) capazes de usinar os materiais com altíssimas vc, em contrapartida grandes valores de temperaturas foram geradas na região de corte devido a um grande atrito entre a peça e a ferramenta.


1 - O calor excessivo prejudica a qualidade do trabalho por várias razões:
• Diminui a vida útil da ferramenta;
• Aumenta a oxidação da superfície da peça e da ferramenta;
• Aumenta a temperatura da peça, provocando dilatação, erros de
   medidas e deformações.




Os fluidos de corte podem se sólidos, gases e , na maioria das vezes, líquidos. Freqüentemente são chamados de lubrificantes ou refrigerantes em virtude das suas principais funções na usinagem :





2 - FUNÇÕES DOS FLUIDOS DE CORTE:


As principais funções dos fluidos de corte são:

• Refrigeração a altas velocidades;
• Lubrificação a baixas velocidades.

Outras funções:
·        Ajudar a retirar cavaco da zona de corte;
·        Proteger a máquina, a ferramenta e a peça da corrosão atmosférica;
·        Reduzir o desgaste da ferramenta;
·        Melhorar o acabamento da superfície.
 Como refrigerante o fluido de corte evita que a ferramenta atinja uma temperatura elevada, tanto pela dissipação do calor (refrigeração), como também pela redução da geração de calor (lubrificação).


Quando um fluido de corte é a base de água a dissipação de calor (refrigeração) é mais importante que a redução de calor (lubrificação).


A eficiência do fluido de corte em reduzir a temperatura, diminui com o aumento da vc (velocidade de corte) e do ap (profundidade de corte).



3 - RAZÕES PARA SE USAR FLUIDOS DE CORTE


• Aumento da vida da ferramenta pela lubrificação e refrigeração (diminuição da temperatura);
• Redução das forças de corte devido a lubrificação, portanto redução de potência;
• Melhora do acabamento superficial;
• Fácil remoção do cavaco da zona de corte;
• Menor distorção da peça pela ação da ferramenta (controle dimensional da peça).

4 - ADITIVOS

Conferem propriedades especiais aos fluidos de corte. Os aditivos mais usados são:
Antiespumantes: evitam a formação de espuma que poderia impedir a boa visão da região de corte e comprometer o efeito de refrigeração do fluido;
Anticorrosivos: protegem a peça, a ferramenta e a máquina-ferramenta da corrosão (são produtos à base se nitrito de sódio);
Antioxidantes: tem a função de impedir que o óleo se deteriore quando em contato com o oxigênio no ar;

Detergentes: reduzem a deposição de iodo, lamas e borras (composto de magnésio, bário, cálcio, etc);

Emulgadores: são responsáveis pela formação de emulsões de óleo na água;

Biocidas: substâncias ou misturas químicas que inibem o crescimento de microorganismos;

Agentes EP (extrema pressão): para operações mais severas de corte, eles conferem aos fluidos de corte uma lubricidade melhorada para suportarem elevadas temperaturas e pressões de corte, reduzindo o contato da ferramenta com o material. Os principais agentes EP são à base de enxofre, cloro e fósforo.5 - GRUPO DOS FLUIDOS DE CORTE
Sem sombras de dúvidas o grupo dos fluidos de corte líquidos, é o mais importante e mais amplamente empregado, eles ocupam lugar de destaque por apresentarem propriedades refrigerantes e lubrificantes, enquanto os gasosos (Ar, CO2 e N ) só refrigeram e os sólidos (grafite, bissulfeto de mobilidênio, dentre outros) só lubrificam.



Podemos ainda subdividir o grupo dos fluidos refrigerantes em três grandes grupos:

Óleos de corte integrais (puros): óleos minerais (derivados de petróleo), óleos graxos (de origem animal ou vegetal), óleos sulfurados (enxofre) e clorados (cloro) que são agentes EP;


• Óleos emulsionáveis ou solúveis: são fluidos de corte em forma de emulsão composto por uma mistura de óleo e água na proporção de 1:10 a 1:1000. Sua composição é à base de óleos minerais, óleos graxos, emulsificados, agentes EP (enxofre, cloro, fósforo ou cálcio) e água.


Fluidos químicos ou sintéticos: não contêm óleo mineral em sua composição, formam soluções transparentes (boa visibilidade no processo de corte). Composto por misturas de água e agentes químicos (aminas e nitritos, fosfatos e boratos, sabões e agentes umectantes, glicóis e germicidas).



6 - SELEÇÃO DO FLUIDO DE CORTE


Não existe um fluido universal, a escolha do fluido com determinada composição depende do material a ser usinado, do tipo de operação e da ferramenta usada.


Os fluidos de corte solúveis e  os sintéticos são indicados quando a refrigeração for mais importante;


Os óleos minerais e graxos usados juntos ou separados, puros ou contendo aditivos especiais, são usados quando a lubrificação for o fator mais determinante. Em operações de corte onde o calor gerado pelo atrito é maior do eu o calor gerado pela deformação. Ex: Brochamento.
7 - DICAS TECNOLÓGICAS


• Fofo cinzento : são normalmente usinados a seco, porém um óleo emulsionável pode ser útil para ajudar a remover o cavaco que é o tipo de ruptura;


• O alumínio e suas ligas : podem ser usinados a seco. Para algumas ligas é necessário o fluido de corte, que pode ser uma emulsão com mistura de óleo mineral e graxo e a maioria das emulsões solúveis. Não requer aditivos EP e o enxofre ataca o metal instantaneamente;

Magnésio e suas ligas : normalmente são usinados secos e a altíssimas velocidades de corte, entretanto, um refrigerante pode ser usado. Emulsões são proibidas, pois a água reage com o cavaco para liberar hidrogênio, que apresenta riscos de ignição. O enxofre ataca o metal;

O cobre e suas ligas geralmente usam óleos solúveis. O enxofre causa descoloração das peças;

. Devido a altas fragilidades das ferramentas cerâmicas, deve-se tomar cuidado ao aplicar um refrigerante, porque os choques térmicos podem causar trincas superficiais.


8 - DIREÇÕES DE APLICAÇÃO DO FLUIDO
Existem três direções de aplicação dos fluidos de corte, como mostrado na Figura abaixo:




9 -  MÉTODOS DE APLICAÇÃO DOS FLUIDOS DE CORTE



Existem basicamente três métodos de aplicação do fluido:

• Jorro de fluido à baixa pressão (sobre-cabeça);
• Pulverização;
• Sistema à alta pressão.

Figura  – Aplicação por jorro de um fluido de corte semi-sintético,
vazão total de 1230 l/h.








Nos últimos tempos, na tentativa de reduzir custos e atender as normas ambientais, tem-se observado uma necessidade de reduzir o consumo de fluido de corte. A técnica de aplicação de Mínima Quantidade de Fluido de Corte (MQF) tem sido objeto de pesquisas nos últimos anos.

Nesta técnica o fluido é aplicado em volumes muito baixos chegando a 10 ml/h. Normalmente, eles são aplicados juntamente com um fluxo de ar (método da pulverização), e direcionados contra a saída do cavaco, ou entre a superfície de folga da ferramenta e a peça.
 10 - MANUSEIO DOS FLUIDOS E DICAS DE HIGIENE


Providências e cuidados no manuseio de fluidos de corte:

• Armazenamento: local adequado sem variações de temperaturas,
   limpos e livres de contaminação;


• Alimentação: deve-se aplicar diretamente sobre a aresta de corte, a
   alimentação deve ser iniciada antes do início do corte;

• Purificação e recuperação: por meio de decantação e filtragem;
  Controle de odor: contornado por meio de limpeza do local e pelo uso
  de bactericida da emulsão;



O contato do operador com os fluidos de corte mais os resíduos da usinagem formam compostos que aderem à pele das mãos e dos braços.


Essas substâncias entopem os poros e os folículos capilares, impedindo a formação normal do suor e a ação da limpeza natural da pele, o que causa a dermatite.


O controle desse problema é mais uma questão de higiene pessoal (vestir um avental a prova de óleo, lavar as áreas da pele que entram em contato com o fluido, sujeiras e partículas metálicas ao menos duas vezes ao dia. Tratar e proteger imediatamente os cortes e arranhões, aplicar cremes adequados as mãos e aos braços antes do início do trabalho e depois de lavá-los, instalar nas máquinas protetores contra salpicos, etc.).









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